28 de dezembro de 2009

Top 5 mistérios brasileiros

Se você já leu algum livro sobre mistérios inexplicáveis de Erich Von Daniken, J.J. Benitez, Charles Berlitz ou outro autor desse tipo (picareta ou não), já deve ter percebido que poucos citam alguma coisa do Brasil. E quando citam é um caso ou no máximo dois. Pensei sobre isso hoje enquanto fuçava nos meus velhos arquivos do tempo de idiotice ufológica e resolvi escrever uma lista rápida de cinco mistérios de nosso país.
5. O Mapinguari
Um dos temas mais comuns nesse tipo de literatura controversa é o que trata dos animais desconhecidos. Existe até uma “ciência” (ou pseudociência) que trata do assunto: a criptozoologia. Estamos acostumados a ouvir falar do monstro do lago Ness, do abominável homem das neves ou do pé-grande. Nosso representante mais proeminente nesta categoria é o lendário Mapinguari.

Segundo a lenda indígena seria um monstro com mais de dois metros, todo peludo que ataca as pessoas no meio da selva amazônica. Em algumas versões ele tem apenas um olho, em outras tem uma boca na barriga. O que importa é que existem vários relatos de encontro com o bicho. Em 1994 pelo menos cinco índios foram atacados por ele na aldeia de Esperança, município de Feijó, no Acre (encontrei essa noticia em um velho CD-ROM do ano do Estadão e não anotei a data certa).
Embora possa parecer uma história de um parente do Pé-grande ou do Yeti, o Mapinguari é sempre descrito como não humanóide. O mais conhecido pesquisador da criatura, o biólogo David Oren, defende a tese de que o Mapinguari seja uma preguiça gigante, animal considerado extinto a pelo menos 10000 anos. Outros acreditam que seja uma espécie desconhecida de tamanduá gigante. E existe claro a teoria de que é tudo invenção dos índios e do povo que vive na floresta…
Também há uma versão Argentina do Mapinguari, que viveria na Patagônia. Existe até uma pele encontrada por lá em 1895.
4. Sumé, o primeiro “civilizador” do Brasil.
Segundo a lenda indígena Pay Sumé veio do mar assim como Dagon para os Filisteus. A diferença é que enquanto Dagon era metade peixe e metade homem, Sumé era um homem branco e barbudo vestindo uma roupa longa e branca. E é aí que está o problema: Um homem peixe é mais fácil de desmentir que um homem branco e barbado. Seria um indicativo de contato com o velho mundo antes da chegada de Cabral?
Essas descrições foram colhidas por vários europeus por quase toda a América do Sul. Os relatos dão conta que ele ensinou aos índios os princípios da agricultura como o cultivo da mandioca e da erva mate. E tudo ia bem até que ele resolveu dar pitaco sobre a poligamia e o canibalismo. Os índios não gostaram nada da idéia e botaram ele pra correr. Ou segundo Hans Stadem (“Viagem ao Brasil”): “Misterioso personagem que veio do mar (…) e nessa direção desapareceu depois que, molestado por alguns, se desgostou e deu por terminada a sua missão de legislador e mestre de todos eles…”
Depois disso seu paradeiro é incerto. Alguns dizem que voltou para o mar e outros que seguiu rumo aos Andes e no caminho foi abrindo o grande Peabiru. Suas pegadas poderiam ser vistas em várias pedras usadas para marcar a estrada (“O pezão de Sumé” segundo Macunaíma).
Ao chegarem por aqui os catequizadores tiveram a brilhante idéia de dizer que Sumé não era outro senão São Tomé, para facilitar a conversão da indiada.
3. O documento 512
O manuscrito que traz o numero 512 na Biblioteca Nacional (versão completa em PDF aqui) é descrito como “Relação histórica de uma occulta e grande povoação antiquissima sem moradores, que se descobriu no anno de1753”. Ele relata uma expedição de bandeirantes pelo interior da Bahia. Segundo o texto, em forma de carta, ao chegarem a uma montanha brilhante (por possuir muitos cristais de rocha) os bandeirantes avistaram uma grande cidade.
Claro que eles foram até lá só para descobrir que a cidade estava desabitada. Havia inscrições nas paredes das casas mas numa língua que não conseguiram identificar. Também viram uma estatua na praça principal representando um homem apontando para o norte. O único objeto descrito em detalhes é uma moeda de ouro com um rapaz ajoelhado num lado e um arco, uma flecha e uma coroa na outra. Infelizmente o nome dos bandeirantes não ficou registrado, nem o paradeiro da moeda.
Desnecessário dizer que a cidade nunca foi encontrada. Como não temos muita tradição em caça ao tesouro é provável que ela continue escondida por mais algum tempo.
2. Onde foi parar o Coronel Fawcett?
Além da cidade do documento 512 existiria uma outra na área do rio Xingu. Pelo menos era o que defendia o Coronel Inglês Percy Harrison Fawcett no início do século passado. Como ele chegou a essa conclusão é difícil dizer. Afirma-se que foi por causa de uma inscrição numa pequena estatueta que ele teria recebido de presente de seu amigo H. Rider Haggard (autor de “As minas do rei Salomão”). A inscrição daria conta de uma cidade de ouro perdida (talvez o lendário Eldorado) no Mato Grosso.
Embora ele tenha procurado a cidade do manuscrito 512 sua obsessão era a tal cidade do Mato Grosso a qual chamava de Misteriosa Z. E foi perseguindo esse sonho que ele desapareceu em 1925 junto com seu filho Jack e o amigo Raleigh Rimmell. Depois disso mais de 100 pessoas morreram nas expedições que tentaram encontrar o rastro do explorador.
Se ele realmente encontrou Z ninguém sabe. A teoria mais aceita é que os índios Kalapalos tenham matado o explorador e talvez até comido o coitado. Existe até o famoso esqueleto encontrado por Orlando Villas Boas em 1951 e recusado como prova pela família de Fawcett.
Outros disseram que ele se enturmou com os índios, tendo inclusive um filho com uma índia. Para os “místicos” (ou malucos), Fawcett teria encontrado um portal para uma cidade intraterrena e por lá ficou. Fora um relato de um encontro com o velho Fawcett vagando por Minas Gerais (!).
1. A conspiração de Varginha
Pra terminar esta listinha nada melhor que o nosso conhecido caso Varginha. A história das três garotas que viram uma criatura estranha rodou o mundo em 1996. O mais curioso deste caso é o fato de que não existe nenhuma evidencia material do ocorrido.
O termo “ET de varginha” é incorreto, pois o que teria sido visto era uma criatura encostada num muro. Afirmar que era um extraterrestre é muita pretensão. O problema é que a maioria dos “ufólogos” acham os dedos dos ET’s em todos os cantos. O que se conta é que depois de ser avistada a criatura teria sido capturada pelos bombeiros e depois levada ao hospital da cidade. Mais tarde levaram o “ser” para um hospital particular e finalmente o exercito tomou conta da situação.
Estranhamente o caso pode ter começado bem antes do que se pensa. Alguns meses antes o principal “ufólogo” envolvido na historia escreveu uma carta à revista UFO (pois é, eu lia a revista) dizendo que estava largando as pesquisas. Sua alegação era de que não acontecia mais nada de relevante na área. Misteriosamente ele voltaria com tudo quando o chamado “Roswell Brasileiro” aconteceu quase na porta de sua casa. Teria sido apenas coincidência?
Lembro que na época foram avistados muitos ÓVNI’s no Sul de Minas. Todo dia aparecia uma nova filmagem de uma luz embaçada no Jornal Regional. Quem se deu bem nisso tudo foi a cidade de Varginha. Ela ganhou uma mascote e um incremento no turismo. Na página da prefeitura existe um “diário do caso” escrito pelo ufólogo citado acima. Lá vemos que o bicho, criatura ou “ser” passa a ser chamado de ET sem que nenhuma evidência de sua origem seja demonstrada.
Revendo as reportagens da época dá pra chegar a conclusão de que realmente aconteceu alguma coisa por lá. Talvez saberíamos mais se os ufólogos não tivessem chegado com tanta sede ao pote, acusando os militares e o governo de conspiração. Uma investigação mais séria e principalmente mais discreta teria rendido muito mais.
[via: Cuxaxo]



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